Justiça proíbe Google de vender a palavra-chave “MaxMilhas” a concorrentes.

TJMG proíbe Google Brasil de vender a palavra‑chave MaxMilhas a concorrentes

Neste artigo você entende a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que proibiu a Google Brasil de comercializar, em links patrocinados, a palavra‑chave MaxMilhas, reservando seu uso à MM Turismo e Viagens — titular da marca no INPI. A corte considerou a prática concorrência desleal e prática parasitária, confirmou multa diária e negou o recurso do Google. Abaixo: resumo, fundamentos, impactos e o que fazer se você tem marca ou anuncia.

Principais pontos

  • TJMG (21ª Câmara Cível) manteve a proibição sobre a venda da palavra‑chave MaxMilhas.
  • Uso reservado à MM Turismo e Viagens (titular da marca registrada no INPI).
  • Multa de R$ 50.000,00 por dia, limitada a R$ 5.000.000,00.
  • Tribunal entendeu que vender marcas a concorrentes reduz a visibilidade do titular e configura concorrência desleal.
  • Defesa do Google (que a palavra‑chave não aparece no anúncio) foi rejeitada.

Dados do processo / Informações principais

Item Informação
Parte autora MM Turismo e Viagens
Parte ré Google Brasil Internet
Marca MaxMilhas (registrada no INPI)
Relator Des. José Eustáquio Lucas Pereira
Multa por descumprimento R$ 50.000,00 por dia (teto R$ 5.000.000,00)
Processo 1.0000.23.173398-1/003
Resultado Proibição da venda da palavra‑chave a concorrentes

Entenda o caso (resumo direto)

  • MM Turismo e Viagens alegou que buscas por MaxMilhas exibiam anúncios de concorrentes, confundindo consumidores e desviando clientela.
  • O Google sustentou que a palavra‑chave não aparece no texto do anúncio e que o acionamento era apenas técnico/contextual.
  • O TJMG concluiu que a venda da palavra reduz a visibilidade da marca titular e tem efeito competitivo — portanto, é concorrência desleal.

Linha do tempo

Fase Ação
Pedido inicial MM entra com ação contra Google
1º grau Sentença proibindo a venda da palavra‑chave
Apelação Google recorre
21ª Câmara Recurso negado; multa estabelecida

Por que a Justiça decidiu assim?

O relator explica: quando o usuário busca uma marca, espera encontrar a própria marca. Apresentar concorrentes como primeira opção prejudica a visibilidade do titular. O entendimento segue precedentes do STJ sobre proteção de marca em buscas pagas.

Pontos legais resumidos:

  • Marca registrada: o titular tem direito de proteção contra uso que desvie tráfego via links patrocinados.
  • Concorrência desleal: usar marca de terceiro para captar clientes é vedado.
  • Responsabilidade do provedor: a comercialização da palavra‑chave tem natureza comercial e pode impor dever de não prejudicar o titular.

Impacto prático — para quem anuncia e para consumidores

Para quem O que muda Ação prática
Donos de marca Maior proteção em buscas pagas Registrar marca no INPI e monitorar palavras
Anunciantes/concorrentes Risco de proibição de usar marca alheia Rever campanhas no Google Ads
Provedores de busca Risco de multa e obrigação de bloquear vendas Reavaliar política de leilões de palavras
Consumidor Menos anúncios que confundem com a marca buscada Menor risco de acessar site errado por engano

A defesa do Google e por que foi rejeitada

Defesa da Google Entendimento do TJMG
A palavra‑chave não aparece no anúncio Irrelevante — o acionamento do anúncio já afeta visibilidade
É mera função técnica/contextual Tribunal considerou efeito comercial e competitivo

Votos e placar

Desembargadores Voto
José Eustáquio Lucas Pereira Relator — favorável à MM
Alexandre Victor de Carvalho Acompanhou o relator
Adriano de Mesquita Carneiro Acompanhou o relator
Marcelo de Oliveira Milagres Voto vencido
Luziene Barbosa Lima Voto vencido

O que você pode fazer agora (se tem marca ou anuncia)

  • Monitore buscas pela sua marca e campanhas.
  • Registre sua marca no INPI, se ainda não o fez.
  • Revise contratos com agências e plataformas de anúncios.
  • Consulte advogado especializado em propriedade intelectual diante de desvio de tráfego.
  • Considere notificação extrajudicial antes de ação judicial.

Ações práticas e por que fazê‑las:

  • Monitoramento: detectar desvio rápido.
  • Registro no INPI: garantir proteção legal.
  • Notificação extrajudicial: evitar processo longo.
  • Ação judicial: quando houver desvio e dano comprovado.

Citação do relator

Não vislumbro legitimidade na comercialização de palavra-chave promovida por provedores de busca na internet, de forma a apresentar concorrentes, especialmente como primeira opção, em detrimento da marca pesquisada, que tem a sua visibilidade reduzida para aquela considerada parasitária.

Perguntas frequentes (curtas)

  • Isso vale só para MaxMilhas?
    Não. A decisão serve como referência e pode ser aplicada a outros casos com marca registrada.
  • O Google pode recorrer?
    Sim. A decisão do TJMG foi confirmada nesta instância, mas cabe recursos.
  • E os consumidores?
    Devem ficar menos expostos a anúncios que confundem com a marca procurada.

Conclusão

O TJMG deixou claro que marca registrada não é mercadoria para leilões de busca: a palavra‑chave MaxMilhas foi reservada à MM Turismo e Viagens (titular no INPI) e a Google Brasil proibida de vendê‑la a concorrentes, sob pena de multa diária. Para anunciantes e titulares de marcas, a lição é prática: registre sua marca, monitore campanhas e atue rápido contra desvios.

Para acompanhar desdobramentos e outros casos, leia mais em https://suepy.com.

Categorias

Company Info

She wholly fat who window extent either formal. Removing welcomed.

© Suepy. Todos os direitos reservados.